sexta-feira, 3 de outubro de 2014

SER EDUCADORA É...


Ser educadora é um ato de amor,
É dar asas a imaginação,
Olhar o mar e ver o infinito,
Viver a vida com paixão!

Ser educadora é sonhar a perfeição,
Levar o saber com dedicação,
Amar o brilho no olhinho da criança,
O futuro da nossa nação!

Ser educadora é olhar a flor
E sentir a sua essência
Mostrar o caminho correto
Longe de horrores, amarguras e indecências!

Ser educadora, não é apenas instruir,
Ensinar a ler, contar, escrever,
É mostrar as belezas do mundo, suas alegrias,
E nele viver com paixão e sabedoria!

Ser educadora é abrir a alma,
Expor nosso conhecimento sem restrições,
Falar sobre a vida e suas maravilhas,
Tristezas, amores, paixões e decepções!

Ser educadora é acima de tudo amar o próximo,
Mostrar que o baixo salário não nos corrompe,
Pois saber que o Brasil depende de nossa força e união,

Traz-nos imensas esperanças e quimeras ao coração!

CAPITALISMO OU SOCIALISMO? EIS A QUESTÃO!


O sistema capitalista me estarrece. É comum vermos nos meios de comunicação de massa os frutos negativos que este trás à população mundial, exceto nos países em que o regime socialista predomina. Em dezembro de 2012, um fato já anunciado, chocou o mundo, sangrou as almas puras e solidárias que choraram com a chacina ocorrida nos Estados Unidos, onde mais de vinte crianças morreram. Culpa de quem? Do jovem que armado saiu atirando alucinadamente? Da mãe dele que mantinha armas de fogo em casa? Da escola que não era segura? As empresas televisivas ocultaram o verdadeiro culpado: o maldito capitalismo. Apesar dos Estados Unidos atualmente ter um presidente mais socialista e humanista, o contrário do neonazifacista Jorge Bush, o país ainda é uma das maiores potências capitalistas do mundo. Seu atual presidente Barack Obama quer implantar uma lei onde as armas de fogo, que no país podem ser adquiridas livremente, sejam vendidas mais controladamente. Porém os republicanos –direita nojenta e fascista do país- já avisou que não aprovará lei alguma, ou seja, eles preferem ver milhares de criancinhas inocentes perdendo tragicamente seu sorriso e seu brilho do que mexer em seu bolso. Vamos deixar bem claro: quem patrocina o Partido Republicano são as empresas de armas e boa parte de seus militantes são os donos destas malditas empresas.
Um mês depois outro país extremamente capitalista chocou-me! Foi o Japão. Chocou-me não apenas pelo fato de seus filhos alarmantemente suicidarem-se, boa parte deles jovens e adolescentes, mas também pelas palavras do ministro do país que disse em alto e bom som: a população idosa que precisa de aparelhos para continuar sobrevivendo deveria morrer, pois dá muito gasto ao país. Manter pessoas vivas dá muito gasto, no entanto, utilizam bilhões e bilhões com usinas atômicas e tecnologia robótica, que em partes só serve para alienar, tornar as pessoas mais preguiçosas e contaminar o mundo.
Os representantes políticos do Japão deveriam pensar mais humanisticamente em seus jovens que estão suicidando-se e menos em se tornar a maior potência do mundo.
Hoje uma tragédia tomou conta do coração da população brasileira. No sul do país, jovens universitários divertiam-se em uma boate, quando esta começou a pegar fogo. Conforme relato dos sobreviventes, os seguranças não deixavam as pessoas saírem, pois não haviam pago a comanda, ou seja, para o capitalista não importava se os jovens iriam perder suas vidas, o importante é que pagassem o que consumiram!
É assim que os capitalistas se comportam, querem ganhar mais e mais, nem que para isso crianças, adolescentes e jovens tenham que morrer, pais tenham que chorar, que famílias sejam destruídas. Para o capitalista ele está em primeiro lugar, sua empresa em segundo, seu luxo em terceiro, o resto não existe, este resto somos eu e você amigo leitor.
Cuba, Venezuela, Coréia do Norte, China, Rússia, Bolívia e agora o Brasil são os países que podemos chamar de socialistas. Uns mais, outros menos, mas seus representantes pensam primeiro no povo, na saúde, bem estar, moradia, alimentação, educação para estes e depois no resto, esse resto é sua fortuna pessoal entre outras coisas insignificantes.
Quem acompanha minhas crônicas e meus poemas sabe que sou adepta, amante do socialismo. Tenho a alma solidária, não consigo ver uma pessoa sofrendo, sem sofrer com ela, não posso deixar de compartilhar o choro com alguém, de ouvir o desabafo dolorido de uma idosa, abandonada pelos seus filhos que pensam apenas em dinheiro, esquecendo-se daquela mulher que tanto sofreu para trazer-lhes à vida!
Em 2008 trabalhei em uma escola filantrópica na cidade de São José, grande Florianópolis. A prefeitura depositava mensalmente um alto valor, que a diretoria utilizava para pagar os professores, alimentação dos alunos e extras como luz e água. O prefeito da época pertencia a um partido da base direita brasileira. Este ser e os colaboradores da péssima administração depositavam sempre com atraso, em agosto, setembro e outubro depositaram apenas a metade do valor, em novembro e dezembro não depositaram nem sequer um centavo. As professoras que dependiam do seu salário para sobreviver deixaram o emprego, a escola não podia contratar professores, pois não tinha garantia que iria pagá-los. A alimentação foi conseguida através de doações de algumas empresas e eu ali fiquei. Confesso que pensei em sair e procurar outra escola, mas quando olhei minhas crianças, aqueles olhinhos lindos, os sorrisos que encantavam minhas manhãs, resolvi ficar, eu sabia que eles seriam amontoados em salas, que turmas seriam unidas, independentemente de idade, o que é errado, então resolvi ficar. Se eu fosse loucamente capitalista sairia correndo, mas como sou socialista não pensei em mim, e sim naqueles que dependiam de minha existência naquele momento: meus alunos. E ainda assim juntei duas turmas, o maternal I e o maternal II. Trabalhei 2 meses sem receber, tinha quase 30 alunos e uma responsabilidade enorme. Vim receber apenas em janeiro passando natal e ano novo sem salário. Até hoje guardo as lembrancinhas que os seus pais carinhosamente me deram. Essa é a atitude do socialista o bem estar de todos, nem que muitas vezes o seu próprio bem estar seja sacrificado.
No Brasil atualmente deflagra-se, ainda que lentamente o socialismo. Desde quando a esquerda tomou conta do poder, o país cresceu positivamente. O brasileiro passou a ter arroz, feijão e carne em seu prato, anteriormente privilégio apenas dos ricos, passou a ter luz, o professor um piso salarial mais digno, sem falar que nos últimos 6 anos o salário mínimo aumentou 77,7%, sendo que no governo de FHC –Capitalista – o salário nunca teve aumento. Hoje até o acesso à escola e a universidade ficou mais fácil com a implantação do Prouni e Sisu. Jamais esquecerei um fato ocorrido em Florianópolis quando o presidente Lula fazia sua campanha de reeleição. Enquanto ele discursava, uma jovem lacrimejando interrompe gritando:
-Foi este homem, foi culpa deste homem.
Os seguranças logo a seguraram e Lula pediu para soltá-la e deixa-la falar, sempre dou voz ao meu povo, disse ele. E ela prosseguiu:
 -Por culpa desse homem é que vou me formar em medicina. Meu destino já estava traçado era o de ser prostituta da beira mar assim como minha mãe, mas graças a esse homem, hoje entrei numa universidade particular, estudo medicina e em pouco tempo poderei tirar minha mãe das ruas e dar a ela uma vida digna.
Que palavras lindas, lágrimas rolam em minha face cada vez que me lembro desse fato, e o Lula abriu o sorriso mais encantador que vi na vida e abraçou aquela pequena jovem que se tornou grande graças a esse socialista, o homem do povo, grande Lula.
Muitas coisas positivas vieram com o socialismo, mas nem tudo são flores. A saúde no Brasil ainda está um fracasso, mas poderia ser pior, pois Fernando Henrique Cardoso queria privatizar os hospitais em sua administração, é assim que o capitalista age quando está no poder. Se os hospitais fossem privatizados, apenas o rico teria direito à saúde, pois quem hoje em dia pode pagar R$ 180,00 por uma consulta ou R$ 15.000,00 por uma cirurgia? Apenas o rico.
O socialista quer que todos tenham direito à saúde, educação, moradia, alimentação e não apenas os ricos. Já o capitalista quer que os ricos fiquem cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Não quero com esta crônica fazer uma lavagem cerebral em meus leitores, assim como muitos tentam fazer. Estou mostrando fatos reais, constatando que o socialismo é o melhor sistema governamental que o mundo já teve, mas infelizmente ainda há muitas pessoas que se iludem com o capitalismo, sina esta que o planeta carregará por toda sua existência. Talvez!

MORADIA DE PENSÃO


Chove agora em São Bento do Sul-SC. A temperatura cai, 10 graus, tarde de quarta-feira, 15 horas, mês de abril. Na rádio, toca Blues dos anos sessenta. Ia sentindo saudades, quando me lembrei da famigerada vida de Pensão naquele tempo, em Recife. Quem estiver planejando sair de casa, separar-se conjugalmente, mire um apartamento ou uma casa, pois vida de Pensão é muito triste. Tão triste que estimula suicídios.
Lembro-me, saindo do bairro paradisíaco, Várzea, cheio de alegrias, brincadeiras e liberdade, deparei-me com uma Pensão. Agora, não poderia mais cantar, pois incomoda os outros. Nem fazer serenatas, já que não há casas com mocinhas que acendiam as luzes do quarto, avisando que estavam ouvindo. Não podia cantar no banheiro, visto que significava demora de banho, gasto com água. Então, pode-se ler um livro? Não. Isto consome energia elétrica; os quartos são sempre escuros e não pode demorar com a luz acesa. E ouvir rádio? Não há rádio nos quartos, nem pode ligá-los, incomoda. Então, nem cantar, nem ouvir músicas. Ah! Vou descer à rua! E aí, não há terra, matos, flores, bola de futebol e de voleibol, festa em casas de vizinhos, fruta no pé, serestas de rua, um cavaquinho tocado num boteco!
Meu Deus! Volto então ao quarto. Um silêncio fúnebre! Um quarto feio e infecto.  De vez em quando um rato passa rápido. Mas até ele às vezes é útil. O susto distraiu-me da ideia de suicídio, e na parede uma barata; nos corredores, as vozes do (da) proprietário (a) da Pensão, sempre reclamando algo, fazendo alguma ameaça, como se fosse carcereiro de uma penitenciária!
A revolta embaça a ideia de suicídio. Levanto-me, troco de roupa, um pouquinho de dinheiro no bolso leva-me então ao baixo meretrício. Lá bebo uma cachaça com abacaxi, encontro um conhecido que me paga uma cerveja, negocio com uma prostituta uns minutinhos de sexo por pouco dinheiro. Quando não consigo, volto à Pensão com vontade de morrer! Quando consigo, e olho a mulher, expulsando-me do quarto com gestos, e sinto pena e nojo dela, sinto também pena de mim, e um pouco de nojo por entrar no corpo de uma mulher de todo mundo. Volto à Pensão, com vontade de morrer! Um banho, porém, me distrai. Após o banho, já está amanhecendo. Com fome, aguardo o café com pão da manhã. A dona da Pensão já está gritando! Que sina esta minha! Adoro mulher, detesto mulher gritando! (a não ser em momentos sexuais). Minha mãe gritava o tempo todo, as donas das pensões que morei gritavam o tempo todo!
Quando é que o ser humano vai se aperfeiçoar como animal Sui Gêneris!?
O mundo prosperou materialmente de forma gigantesca, não se pode negar. Mas o homem, “cospe” na sua beleza interna e se emporca-lha cada vez mais nas pútridas sujeiras do seu Ser!
Tomara que as Pensões hoje não sejam mais assim! Tomara meu Deus!
Mas não desanime quem não tem onde morar, a Pensão é menos mal do que dormir na rua, onde será chutado feito um cachorro, e ainda tem monstros que assassinam um miserável morador de rua pelo fato deste ser profundamente infeliz.

Escuso-me por um escrito tão triste. Mas já que a demência toma conta da maioria, é necessário alfinetar as almas a fim de ver se brotam e se exteriorizam os impulsos de reflexões filosóficas presenteados pela divindade!

(Crônica de autoria de Fídias Teles)

POR UM MÍNIMO DE HUMANITARISMO NO COTIDIANO COMPLEXO


Na rodoviária de uma cidade do Planalto Norte Catarinense, à noite, um homem, cinquentão, dormia no chão gelado, tremendo de frio, com as mãos no meio das cochas. Um fiscal o acordou aos chutes. Fídias foi lá. Ignorou o fiscal. Tirou a jaqueta e deu ao homem e um pouco de dinheiro sugerindo-lhe beber um café com pão. O fiscal olhou-o, morto de vergonha. O homem saiu por ali, tonto. Fídias perguntou-lhe onde iria dormir. Ele olhava as estrelas e pediu que não se preocupasse. A noite toda Fídias ficou pensando: - onde vai dormir aquele homem!
Não é só a pobreza, porém, que incha de amargura as almas humanas. Ele se lembra de um endinheirado coronel da polícia, de uma dessas capitais, que lhe procurava em busca de socorro existencial: era “traído” pela esposa, fazia que não sabia. E lhe perguntava:
“- Se eu deixá-la, professor, o que vai ser de mim? Meus filhos sumiram no mundo, só tenho ela para me ouvir e deitar. O resto da minha vida é só estresse, violência, mortes. E eu já estou ficando velho e doente. Tenho que fazer que não sei. Temo me matar”.
Fídias lhe deu um conselho que havia dado a uma sobrinha, por volta de uns 35 anos atrás. Disse-lhe que, muitos motivos levam alguém ao suicídio. Mas há uma penúltima coisa a fazer, esta pode salvar a pessoa da depressão e da morte. Então, tente realizar esta penúltima coisa, pois o máximo que pode ocorrer é a pessoa morrer. Mas ela não já ia morrer!?
No caso do coronel, uma outra mulher pode mudar todo o quadro existencial dele para melhor. Sem esta outra mulher, ele caminha melancolicamente para a morte; sem ter tentado nada fazer. Uma outra mulher, dar-lhe-ia cinquenta por cento de probabilidade de adocicamento da vida. Paralisado, só uns dois a três por cento de probabilidade de sair do fel nosso de cada dia.
Quinze anos depois, Fídias o encontra num restaurante, com uma nova mulher e um filhinho.
Mais ou menos parecido foi o caso da sobrinha dele, que está viva, e namorando, 35 anos depois da ideia fixa de se matar.
O cotidiano complexo é assim, produz coisas fantásticas, significativas, e destroçantes, mortificantes, ontologicamente paralisantes. Fídias sempre resistiu a esses riscos de paralisia existencial e espiritual.
Ainda bem que ele fez uma filhinha e brinca muito com ela. Sentam-se no chão, fazem casinhas, piuí, piuí, corre um atrás do outro, gargalham, dançam, cantam, ela já sabe a música toda que ele canta muitas vezes para ela dormir:
“A lua girou, girou
marcou no céu um compasso.
Eu bem queria fazer
um travesseiro dos meus braços”.
(Milton Nascimento)

E ele também já sabe a musiquinha que ela canta, dança, pula, pedindo-lhe para cantar:
“Piuí, piuí, piuí abacaxi!”

(Autor: Fídias Teles)