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terça-feira, 3 de janeiro de 2017

A RELEVÂNCIA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS E DA SUSTENTABILIDADE NUMA ABORDAGEM HISTÓRICA E SOCIOLÓGICA DO RIO CACHOEIRA

RESUMO


No decorrer do processo histórico é notável que toda ação do homem reflete no meio onde está inserido. O impacto ambiental vem sendo observado desde o renascimento urbano no século XV e com o bem de consumo fruto do pós-guerra, percebe-se que, além dos poluentes industriais, o próprio consumo gera modificações no meio ambiente, é o que tem acontecido com o Rio Cachoeira. Esta Bacia Hidrográfica, como se sabe, constitui parte importantíssima do patrimônio histórico de Joinville, porém este importante patrimônio está sendo destruído graças as ações do homem, um problema ambiental que precisa ser solucionado com urgência.
                                                                                                                                                         Palavras-chave: Cachoeira. Histórico. Sociológico. Ambiental. Sustentabilidade.

INTRODUÇÃO

O meio ambiente é de extrema importância para a vida do Planeta Terra. O homem está constantemente modificando o meio ambiente, através de ações negativas, tais como a poluição, desmatamento das florestas, degradações e extinguindo animais.
O Brasil é um país que possui uma biodiversidade muito rica, porém diariamente se vê em noticiários que o homem está acabando com toda a riqueza aqui existente e isso pode ser visto na cidade de Joinville, onde o rio Cachoeira, importante Bacia Hidrográfica local, que sofre com as ações do homem e achou-se relevante levantar este tema como fonte de conhecimento.
Num primeiro momento buscou-se conhecer e compreender a história do Rio Cachoeira e a problematização sociológica que rondam esta bacia hidrográfica. Pois se sabe que tudo na vida tem uma história e que o indivíduo faz parte desta história.
Em segundo plano, porém não menos importante destaca-se as questões ambientais que rodeiam o rio Cachoeira e o conceito de sustentabilidade.

2 A RELEVÂNCIA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS E DA SUSTENTABILIDADE NUMA ABORDAGEM HISTÓRICA E SOCIOLÓGICA SOBRE O RIO CACHOEIRA

 2.1 LEVANTAMENTO HISTÓRICO DO RIO CACHOEIRA

Contextualização histórico-sociológica do saneamento básico e cuidados gerais com a água:
Em toda a linear do processo histórico, é possível observar que toda atividade humana interfere no meio em que este está inserido. O surgimento da civilização deve-se à água [FERREIRA 2009], pois foi nas proximidades de grandes rios que os primeiros grandes redutos humanos sedentários se reuniram e se desenvolveram.
 Antes dos povos da antiga Mesopotâmia e dos egípcios, as pequenas comunidades nômades deixavam, sim, dejetos e resíduos por onde passavam [GUARINELLO 1994], mas a quantidade era muito pequena para produzir qualquer modificação mais agravada no ambiente.
 Quando a população começou a aumentar, foi necessário buscar uma forma de tratar a água para consumo: no Egito, a água era armazenada em jarros por um tempo suficiente para que os sedimentos presentes se depositassem no fundo, já no Império Romano, as tubulações de abastecimento e tratamento de esgoto eram tão bem construídas que era possível transitar por elas utilizando-se de uma carroça.
 Durante o medievo, houve certo retrocesso no hábito de tratar a água consumida e os dejetos humanos. A organização social, constituída de povoações pequenas, porém demograficamente lotadas, sujas e de vias não pavimentadas, e a mentalidade do homem desse período, que considerava o banho pós-batismo algo dispensável [DUBY 1989], trouxeram à tona vários problemas decorrentes do descaso com rios e outras fontes hídricas, como grandes enchentes e a própria Peste Negra [FERREIRA 2009].
 No decorrer desse período, praticamente não existiu saneamento básico ou tratamento para a água a ser consumida. Os dejetos eram lançados em qualquer lugar (até mesmo nas ruas, acertando eventualmente algum pedestre) e nem mesmo as moradas da nobreza possuíam tratamento de esgoto. O único tratamento que a água para consumo humano recebia era um pouco de vinagre para “matar os germes”.
 Apesar de toda a “imundice” medieval, foi no período moderno que os rios realmente passaram a sofrer. Com o objetivo de melhorar as condições de vida da população e, consequentemente, a saúde pública, começou-se a pavimentar as vias urbanas, com a construção de canais para o escoamento do esgoto e outros refugos, que iam parar diretamente nos rios e lagos.
 Desta maneira, as fontes hídricas passaram a ficar perigosamente contaminadas, visto que além da poluição oriunda dos canais de escoamento, poços e fontes públicas se contaminavam com facilidade devido à infiltrações de fossas e cemitérios.
 No século XVIII, teve início o desenvolvimento industrial, o qual desencadeou uma massiva onda de êxodo rural. As moradias urbanas não possuíam rede de esgoto e os detritos oriundos desses meios superlotados e sem higiene eram recolhidos e depositados em reservatórios públicos.
 Tal política não era muito eficiente, pois tais reservatórios públicos acabavam por infiltrar no solo e contaminar rios, lagos e fontes. Um século mais tarde, houve a introdução do uso de canos de ferro e das bombas a vapor, porém o sistema de drenagem continuava arcaico: as fossas raramente recebiam higienização e seu escoamento acabava nos grandes rios, que mais pareciam grandes esgotos à céu aberto.
 A explosão industrial também contribuiu para a piora da saúde das fontes hídricas [CALDEIRA 1995]: os refugos industriais também iam direto para os rios. Assim como na Idade Média, o descaso com a qualidade da água trouxe epidemias e outros males para a população, como os surtos de cólera em Londres, que ocorreram de 1831 até 1857 [FERREIRA 2009]. No entanto, as autoridades finalmente passaram a perceber a conexão entre a qualidade da água, o que gerou uma reforma radical no sistema de abastecimento e escoamento: a água potável foi separada da água servida e os esgotos à céu aberto foram substituídos por canais subterrâneos em cerâmica cozida.
 No Brasil, o desenvolvimento do saneamento básico teve início já no cotidiano dos povos nativos, que delimitavam as áreas destinadas ao recebimento de detritos [GUARINELLO 1994]. Porém, com a chegada do europeu e a formação de povoamentos urbanos, tal cuidado se reduziu ao recolhimento dos dejetos em barris, que após dias de uso, eram carregados até as praças centrais, onde eram despejados e, de certa forma, “lavados”.
 O cuidado propriamente dito com o saneamento básico deu-se apenas após três epidemias de febre amarela no Rio de Janeiro. A administração foi concedida à empresas inglesas, que atuaram na construção de chafarizes nas cidades e na distribuição gratuita da água para a população.
De qualquer maneira, a partir do século XX, a população passou a se mostrar insatisfeita com a administração inglesa, o que forçou o governo a estatizar o serviço, que desta vez se focou no tratamento - e não na distribuição – da água. Com a estatização e os projetos do engenheiro sanitarista Saturnino de Brito [FERREIRA, 2009], até o ano de 1930, todas as capitais brasileiras já contavam com sistemas de distribuição de água e coleta de esgoto.
Durante a Era Vargas, mais precisamente na década de 1940, a água e os serviços relacionados à ela passaram a ser comercializados, separando-se o setor de saúde pública do de saneamento básico [KOSHIBA 1987].
Com o estabelecimento do governo militar, a concessão da administração do abastecimento passou para mãos estadunidenses (assim como a maioria dos serviços prestados à população brasileira), porém, tal administração não se mostrou eficiente e cobriu apenas 21 cidades [KOSHIBA 1987]. Atualmente, apesar de todas as melhorias implantadas nos últimos 40 anos, a qualidade do saneamento nas áreas menos favorecidas continua precária, visto que o ritmo das obras não acompanhou, de forma alguma, o passo do crescimento das cidades e comunidades.
O nível regional, tanto o abastecimento quando o tratamento da água servida são de responsabilidade majoritariamente municipal desde 2005. A água é captada do rio Cachoeira, extremamente ligado com as origens e rotina da cidade. Aquele que outrora trouxe os primeiros moradores para a cidade [RAMOS, 1998], hoje se encontra completamente poluído (mesmo com os investimentos em estações de tratamento), recebendo todo o esgoto residencial e refugos industriais tóxicos. A situação do Cachoeira preocupa pois, em seu curso, encontra-se remanescentes de manguezais, ecossistema importantíssimo.

2.2 PROBLEMATIZAÇÃO SOCIOLÓGICA SOBRE O RIO CACHOEIRA

Os impactos e alterações no meio ambiente como um todo, e principalmente nos recursos hídricos, têm sido agravados nos últimos anos, pela acelerada urbanização das cidades e intensas atividades industriais, muitas vezes sem controles ambientais adequados para os poluentes originados em seus processos produtivos.  
 É nítida a necessidade de mudanças no comportamento do homem em relação à natureza e ao meio em que vive no sentido de tentar promover um modelo de desenvolvimento sustentável (CARVALHO & OLIVEIRA, 2003 P. 122). Recentemente, foi estimado que a humanidade consome, sobretudo para a agricultura, cerca de um quinto da água que escoa para os mares; e as previsões indicam que essa  fração atingirá cerca de três quartas partes no ano de 2025 (BAIRD, 2002, P. 64). 
 A caracterização da qualidade das águas, dos aspectos, socioeconômicos, físicos e a proposição de ações de fortalecimento do uso racional dos recursos hídricos, bem como o conhecimento da população sobre a importância e a influência dos rios para a humanidade tem sido ferramenta importante para auxiliar no processo de conscientização e gerenciamento dos recursos hídricos de uma determinada região, uma vez que são capazes de informar aspectos relativos à influência das atividades do homem no meio ambiente e a evolução das condições ambientais ao longo dos tempos.
 Historicamente sabe-se que os rios sempre foram e ainda são um dos recursos mais importantes para a sobrevivência da humanidade. Civilizações inteiras foram formadas em torno de rios. Eles são na maioria das vezes os principais fornecedores de toda a água consumida pela população de um determinado local. Muitas vezes, além da água, os rios fornecem ainda alimento, energia e servem como vias de circulação, as quais transportam pessoas e mercadorias para dentro e para fora de uma determinada região. (BAIRD, 2002, P. 22). 
 A Bacia hidrográfica do Rio Cachoeira está totalmente inserida na área urbana do município de Joinville. Esta Bacia recebe efluentes domésticos e industriais da cidade, na maioria dos casos com precariedade no que tange ao sistema de tratamento de efluentes. 
 Drena uma área de 83,12 km², que representa 7,3% da área do município. Tem uma extensão de 14,9 km. Suas nascentes estão localizadas no bairro Costa e Silva, nas proximidades da rua Rui Barbosa e Estrada dos Suíços, no entroncamento com a BR-101 (IPPUJ, 2009).
 Esta bacia ocupa uma região relativamente plana. As nascentes encontram-se numa altitude de 40 metros. No entanto, a maior parte de seu curso, o canal principal, situa-se entre 5 e 15 metros de altitude. A foz encontra-se numa região estuarina sob a influência das marés, onde se encontram remanescentes de manguezais (FUNDEMA, 2009).
 O processo de ocupação da cidade se deu ao longo do rio Cachoeira e seus afluentes, e hoje comporta 49 % da população do município (242.575 hab.), e apesar da Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira drenar uma área com cerca de 83,12 km², que representa apenas 7,3% da área do município, foi à margem de seus rios que a cidade de Joinville se desenvolveu, por isso sua bacia ocupa cerca de 39% do perímetro urbano da cidade (FUNDEMA, 2009). As nascentes do Rio Cachoeira estão localizadas em bairros com as maiores densidades demográficas da cidade, e sem tratamento de esgoto.
 Estudos realizados por Silveira et al. (2009) identificaram a bacia do rio Cachoeira com a maior frequência (30%) das inundações ocorridas em Joinville de 1851 até o ano de 2008, seguida pela  Bacia do Rio Cubatão do Norte (29%), Bacia do Piraí (18%), e demais bacias (11%). 
 O Rio Cachoeira, como se sabe, constitui parte importantíssima do patrimônio histórico de Joinville. Por meio dele chegaram os primeiros imigrantes oriundos de diferentes partes da Europa. Não somente isso, mas foi também o ponto de partida de toda riqueza aqui produzida, assim como o meio de chegada de recursos técnicos para a recém criada cidade de Joinville, desde o surgimento na metade do século dezenove até o surgimento de outras vias de acesso à cidade. (GONÇALVES, M.L. P 32)
Com a criação da estrada de ferro e das rodovias que ligam o município de Joinville ao Norte, ao Sul e ao interior do Estado o Rio Cachoeira foi perdendo sua importância enquanto via de transporte e consequentemente seu interesse econômico para a região. O resultado desse desinteresse econômico foi o total abandono deste por parte dos habitantes da cidade e desde então foi se transformando no principal canal de esgoto da cidade e depósito de resíduos químicos de indústrias situadas à margem dele. (GONÇALVES, M.L. P 44 )
 A população atual pouco ou nada sabe sobre a importância histórica e sociológica do Rio Cachoeira. Existem alguns projetos de despoluição do rio e de reconstituição do meio ambiente e torno dele. A população de forma geral é indiferente a ele, pelo que se sabe industrias situadas às suas margens muitas das vezes descartam produtos altamente tóxicos em suas águas, ocasionando assim a morte do pouco que resta de vida no rio. (SILVEIRA, W. N.; KOBIYAMA M.; GOERL R.F.; BRANDENBURG B. (2009). História das Inundações em Joinville, 1851 – 2008. Organic Trading: Curitiba – PR. P 87)
 Traçado assim um pequeno resumo sociológico da importância do Rio Cachoeira para a cidade de Joinville, faz-se necessário apontar para os atuais problemas relacionados à poluição e contaminação do rio assim como levantar algumas propostas coerentes e cabíveis, levando em conta a forma interesseira e exploradora, assim como a mentalidade ignorante quanto a importância desse que foi e ainda é um dos mais importantes rios da região de Joinville.
 Por se tratar de um rio com importância apenas local e ter sido abandonado durante décadas, pouco material se tem para fazer um trabalho acadêmico mais aprofundado. Não foi encontrado nenhum material científico publicado para dar um suporte mais consistente ao trabalho.
Uma possibilidade de estudo seria uma pesquisa de campo, onde seriam registrados fotograficamente locais em que o Rio Cachoeira está em situações mais visíveis de abandono. (SILVEIRA, W. N.; KOBIYAMA M.; GOERL R.F.; BRANDENBURG B. (2009). História das Inundações em Joinville, 1851 – 2008. Organic Trading: Curitiba – PR. p 98) Mas não somente isso. Interessante seria também registrar e mostrar locais onde a vida segue invencível em meio ao caos urbano e industrializado, com todos os problemas decorrentes dessa realidade. Afinal, um rio não serve apenas como local de exploração e sobrevivência das pessoas, mas principalmente como parte fundamental de todo um ecossistema local. Mesmo que o Rio Cachoeira nunca mais volte a ter sua importância como canal de transporte e escoação dos produtos da região, ainda pode e deve tornar-se um local para ser admirado pelos habitantes da região e turistas oriundos das mais diversas partes do estado e quem sabe até mesmo de fora dele.

2.3 QUESTÕES AMBIENTAIS

O Rio Cachoeira é uma das Bacias Hidrográficas mais importantes do Estado de Santa Catarina, quiçá da cidade de Joinville.
Durante muitos anos o Rio Cachoeira foi conservado, suas matas ciliares protegidas, sendo utilizado apenas para pesca, porém com a expansão da Colônia Dona Francisca devido à industrialização, suas matas ciliares foram sendo destruídas para construções de casas, pontes e travessias, rodovias, canais de irrigação, aterros sanitários, indústrias e campos destinados à agricultura, pecuária e piscicultura.
Para adentrar-se aos temas ambientais que envolvem o Rio Cachoeira percebe-se a necessidade de compreender-se o conceito de meio ambiente e questões ambientais.
Entende-se por meio ambiente todas as coisas vivas e não vivas existentes na natureza e aquelas que afetam o ecossistema e a vida dos seres humanos. Já Art considera o meio ambiente como sendo,

“[...] conjunto de condições que envolvem e sustentam os seres vivos na biosfera, como um todo ou em parte dela, abrangendo elementos do clima, solo, água e de organismos [...] a soma total das condições externas circundantes no interior das quais um organismo, uma condição, uma comunidade ou um objeto existe. O meio ambiente não é um termo exclusivo; os organismos podem ser parte do ambiente de um outro organismo”. (ART, 1998, p. 583).

Ou seja, o meio ambiente são as flores, plantas, rios, lagos, sol, lua, solo, relevo, clima, enfim, meio este em que o homem está inserido e as questões ambientais tratam diretamente de tudo o que afeta o meio ambiente, como por exemplo, a poluição, degradação, desmatamento, queimadas, esgotamento do solo, extinção de animais, abertura da camada de ozônio, aquecimento global etc... O termo questão ambiental surgiu quando se visou à necessidade de proteger o meio ambiente das ações humanas, o conhecido movimento verde.
Com o Rio Cachoeira não é diferente, ele tem sofrido constantemente com as negativas ações produzidas pelas indústrias joinvillenses, e seu maior problema ambiental é a poluição, que recebe diariamente o esgoto industrial e residencial. O Instituto Viva o Cachoeira, uma Organização não Governamental luta constantemente pela limpeza e proteção do Cachoeira. O rio corta o centro urbano de Joinville, e para isto foi necessário destruir as matas ciliares que rodeiam e protegem o rio.
 As matas ciliares são aquelas árvores, plantas, coberturas vegetais que se encontram às margens dos rios protegendo-os. Segundo Franco,

“[...] as matas ciliares apresentam inquestionável de sua importância, em relação aos mais diversos fatores ambientais, devido a suas características peculiares, sempre associadas aos cursos de água e por situarem-se, de maneira geral, em regiões  ecologicamente muito sensíveis e importantes da paisagem [...]”. (FRANCO, 2005, p.129).

O termo ciliar origina-se da palavra cílios, pois são os cílios que protegem os olhos, sendo assim as matas ciliares protegem os rios e quando estas são cortadas, vêm às enchentes, deslizamentos, desmoronamentos. 
Quando a chuva cai, as árvores e flores seguram estas gotas que caem com menos intensidade no chão. Quando as matas ciliares são cortadas, à água da chuva cai diretamente do chão, encharcando o solo, demorando a secar, e as construções que estão em torno do rio desmoronam-se e são levadas pela correnteza dos rios.

Na área central o Cachoeira é rodeado por barragens de concreto, mas isso não impede que o rio inunde a cidade. Quando chove com intensidade as suas águas alagam a o centro, trazendo sujeira e animais peçonhentos, sem falar nas diversas doenças.
O Rio Cachoeira possui uma rica biodiversidade de animais, dentre eles o Jacaré Fritz, importante figura popular da cidade. Mas lá se encontram também aves, mamíferos, peixes e répteis como a garça-vaqueira, garça branca e a azul, gaivotas, corruíra, chupim, preá, capivara, lontra, cágado, lagarto, guaru, cará, cascudinho e a tainha.
O rio sofre constantemente com a poluição. As indústrias, prédios e comércio despejam em suas águas litros e litros de esgoto, matando peixes, aves e espantando muitos animais que fazem do Cachoeira a sua morada. Já há projetos a fim de despoluir o rio, muitos dizem que ele não está mais poluído, porém pouco se percebe a limpeza do mesmo, principalmente para quem passeia, corre ou passa diariamente pela beira do  rio que sofre com o odor saído das águas do rio.
Muitas escolas estão realizando projetos para proteger o rio cachoeira, pois é necessário mostrar aos educandos a extrema importância dos rios para o ser humano. Dele é retirado à água utilizada diariamente pelos brasileiros para fazer suas necessidades básicas, como comer, lavar roupa, louça, banhar-se, escovar os dentes, dentre outros.
A empresa Águas de Joinville tem uma parceria com a prefeitura de Joinville que juntas levam para as escolas a importância da água e da conservação dos rios que rodeiam a cidade. Pois é através dos futuros moradores de Joinville que se poderá mudar esta realidade tão presente no cotidiano.


2.4 SUSTENTABILIDADE E O RIO CACHOEIRA: UM CASO DE URGÊNCIA ECOLÓGIICA

Quando o assunto é sustentabilidade um leque de opções se abre, de modo que, o assunto é realmente amplo. Sustentabilidade tem haver com a sustentação da vida, isto é, daquela manutenção dos recursos naturais que possibilitam uma vida saudável, não apenas para o ser humano, mas também para todo o ecossistema. Isto é de grande importância uma vez que a vida em sua diversidade está inteiramente interligada, constituindo-se em uma verdadeira rede de relações que possibilitam a vida em toda a sua diversidade e beleza (RIBEIRO, 2014, p. 01-02).
Portanto, cabe lembrar a grande responsabilidade humana em relação à esse sistema vital. Certamente que, frequentemente os maiores causadores de males para o planeta é o próprio ser humano e, assim, compromete-se a qualidade de vida. Isto posto, pretende-se ocupar aqui, mais especificamente com a questão da água, ou melhor, com o rio Cachoeira.
Este lamentavelmente tão conhecido na cidade de Joinville por sua condição de flagrante poluição e mau cheiro. Tornando-se de desse modo um testemunho da falta de cuidado e proteção dos recursos naturais.
Os mais jovens nunca o viram repleto de vida, tal como foi contemplado pelos mais velhos que, aliás, até mesmo se banhavam e brincavam em suas águas. Sim, houve um dia que esse rio possuía águas límpidas! Contudo, gradativamente foi agredido pelos poluentes despejados em suas águas. E, tudo isso feito com o consentimento da omissão das autoridades e cidadãos dessa cidade, de tal modo que, direta e indiretamente contribuíram para a aniquilação da beleza e da vida presente em suas águas. Como bem escreveu Araí, de maneira poética:

“Eram tão claras aquelas águas onde eu, criança, nadava... via-se na cristalina corrente, os peixinhos num balé aquático, simplório e belo! Era tão lindo aquele rio que desenhava a cidade como um espelho ondulado! Ah! Cachoeira,foste a sangue-frio assassinado! E nem foste dignamente enterrado!Hoje és, das fábricas, fossa,estás morto apodrecendo a cidade. Te peço perdão Cachoeira pela inconsequência dos homens que em nome do progresso te fizeram depósito de lixo... Perdoe-os Cachoeira querido, e descanse em paz”! (ARAÍ, 1995).

Os primeiros sinais de poluição no rio Cachoeira são antigos, remontam ao ano de 1987, com o despejo de esgoto no ribeirão Mathias, um de seus afluentes. Ainda assim, como a população era muito pouca, não tinha muita interferência na qualidade da água do rio (ALMEIDA, 1999).
Foi só a partir da década de 30, quando o porto de Joinville estava com excesso de movimento, que o Cachoeira começou a ser explorado como meio de escoamento da produção de madeira e dos produtos do Moinho do Trigo (ALMEIDA, 1999).
Mas, somente lamentar não basta; é preciso medidas efetivas para se mudar essa situação. Sendo assim, devem ser reduzidos os diversos tipos de poluição como poluição térmica que é aquela que vem do lançamento nos rios de água aquecida usadas no processo de refrigeração de siderúrgicas e usinas termoelétricas a poluição de biodegradáveis que é gerada por produtos químicos, decompostos pela ação de bactérias. Um exemplo disso são os detergentes, fertilizantes, inseticidas, etc (MARCOLINO, [s.n.d.]).
Diante desse quadro caótico, há sinais de esperança que se deve mencionar. Desde a década de noventa ocorrem coletas em vários pontos do rio e mesmo que se pense o contrário o nível de poluição do rio tem diminuído gradativamente graças as medidas de proteção adotadas (ALMEIDA, 1999).
Contudo, infelizmente, ainda existe falta de fiscalização do poder público para evitar que indústrias despejem na rede de esgoto e no rio Cachoeira seus resíduos químicos.
Vários são os elementos despejados no rio Cachoeira. Quando se menciona sobre a poluição de rios, logo se têm em mente as grandes empresas, porém, em muitas cidades pela falta de planejamento urbano o esgoto doméstico é jogado diretamente nos rios, esse esgoto é um dos principais causadores da morte de peixes nesses rios. Portanto, na realidade esse problema não é de exclusividade da cidade de Joinville, pois é um problema que acomete muitas cidades.
Diante disso, é necessário cada vez mais conscientizar os cidadãos, especialmente as futuras gerações para que se conscientizem da necessidade de cuidar dos recursos naturais, uma vez que os mesmos não são inesgotáveis.
Quanto ao rio Cachoeira em particular não há solução fácil e nem rápida, contudo, acredita-se que algo pode ser feito agora, a fim de que no futuro a sua situação se torne melhor. Quem sabe em um futuro próximo, a partir das medidas necessárias sendo executadas, não se verá vida outra vez nesse rio que é símbolo da história da cidade de Joinville. Quando então se verá peixes, garças, e demais seres expressando a saúde de suas águas, então a cidade poderá demonstrar publicamente sua condição cidadã e de comprometimento com a vida. Esta tarefa não pode ser mais postergada para o futuro, trata-se de medida urgente a ser tomada por pelos cidadãos, hoje!
Só assim, as gerações futuras da cidade dos príncipes poderão contar com a existência de um rio com águas puras e não mais com esse rio que agride os olhos, narinas e a alma joinvillense.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Preservar o meio ambiente é de extrema importância para a vida do Planeta. Após elaborar este artigo percebeu-se que o Rio Cachoeira possui uma riqueza histórica muito grande, e não podemos deixar esta riqueza morrer, acabar. Há pouco tempo atrás o rio era uma fonte de vida para muitos joinvillenses que tiravam de suas águas a pesca, sustento de  seus familiares, com o passar dos anos a cidade cresceu, evoluiu e essa evolução trouxe a poluição, mas sabe-se que é possível evoluir sem destruir.
É triste passar pela beira rio e ver tanto lixo boiando pelas águas do Cachoeira, tinturas e esgotos sendo despejados constantemente e o odor cada vez mais forte, enfeando  a cidade conhecida por suas belas flores e pela dança.
Hoje se compreende que é preciso lutar pela limpeza do cachoeira, para podermos ajudar a manter o equilíbrio ambiental da cidade, ver cada vez mais animais passeando por suas águas e que possa voltar a ser fonte de renda para diversas famílias.
Acredita-se que é na escola que poderemos criar cidadãos críticos, a fim de buscar soluções junto à autoridades públicas na implantação de projetos sustentáveis que contribuam para a qualidade de vida joinvillense, e o Cachoeira é o primeiro passo para isso.
A escola, até certo ponto, está fazendo a sua parte, com projetos que conscientizam seus educandos, em muitos lugares levando esta problemática  até a comunidade, conscientizando como um todo.

REFERÊNCIAS


ALMEIDA, Sérgio. “O cachoeira está menos poluído”. Disponível em: <http://www1.an.com.br/1999/jan/17/0cid.htm>. Acesso em: 07 jul. 2014.

ART, W. H. “Dicionário de Ecologia e Ciências Ambientais”. São Paulo: UNESP/Melhoramentos, 1998.

BAIRD, C. (2002). “Química Ambiental. Bookmann”. Porto Alegre – RS. 2ª ed. 622p. 

CARVALHO A. R.; OLIVEIRA M. V. C. (2003). “Princípios Básicos do Saneamento do Meio”. SENAC São Paulo. 10ª edição.

CALDEIRA, Jorge. Mauá: empresário do Império. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

DUBY, Georges. Idade média, idade dos homens. São Paulo: Companhia das letras, 1989.

FERREIRA, João Paulo Mesquita Hidalgo. Nova história integrada. Campinas: Companhia da Escola, 2009.

Fundação Municipal do Meio Ambiente – FUNDEMA.

GONÇALVES, M.L. (1993). “Geologia para Planejamento de uso e Ocupação Territorial do Município de Joinville”. USP - São Paulo, Tese de Doutorado.

GUARINELLO, Norberto Luiz. Os primeiros habitantes do Brasil. São Paulo: Atual, 1994.

KOSHIBA, Luiz. História do Brasil. São Paulo: Atual, 1987.

MARCOLINO, Marcelo. Prevenir a poluição. Disponível em: <http://meioambiente.culturamix.com/desenvolvimento-sustentavel/prevenir-a-poluicao>. Acesso em: 07 jul. 2014.

OLIVEIRA FRANCO, José Gustavo de. Direito Ambiental Matas-Ciliares.  Curitiba: Juruá Editora, 2005.

RAMOS, Mila. Joinville: flores, festas e trabalho. Florianópolis: Mares do Sul, 1998.


SILVEIRA, W. N.; KOBIYAMA M.; GOERL R.F.; BRANDENBURG B. (2009). “História das Inundações em Joinville”. 1851 – 2008. Organic Trading: Curitiba – PR.

FOTOS:

Imagem 1. Rio Cachoeira, disponível em:  http://linguadefogo2.wordpress.com/2011/12/page/11/. Acesso em 09/07/2014

Imagem 2. Jacaré Frtiz, disponível em: http://jornaldesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/. Acesso em 09/07/2014

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

EDUCAÇÃO INFANTIL E INFÂNCIA


RESUMO

Neste pequeno estudo falaremos sobre a educação infantil e infância, sem deixarmos de lembrar um pouquinho de sua história e qual o melhor método para ser trabalhado conforme o RCNEI’s e alguns estudiosos que buscam da melhor forma possível melhorar e facilitar o nosso trabalho pedagógico em sala de aula, não podemos nos esquecer do que nos diz a lei em relação a educação infantil, pois é através dela que iremos buscar um conhecimento mais profundo e saber quais os direitos que uma criança tem ao vir para a escola.  



Palavras-chave: Infância, Educação Infantil,  Criança.


1 INTRODUÇÃO

Educação infantil, que período maravilhoso ao qual a criança passa, como é bom ter infância. Lembramos de inúmeros poemas de poetas que fizeram parte da historia de nosso país que contam como era a sua infância, algo maravilhosos e ilusório, para muito ser criança é nunca deixar de sonhar, para outros é nunca deixar de viver cada segundo, pois ela passa e rápido, dentro deste artigo cientifico abordaremos este tema, bem como o que os estudiosos e a lei nos fala sobre educação infantil e infância. Deleitar-me – ei perante este magnífico poema de 




2 DESENVOLVIMENTO

Para falarmos em infância e educação infantil, precisamos saber um pouquinho de sua história. Muitos acham que a educação infantil  surgiu no século XVII com Comênio, outros dizem que foi em outros séculos com Froebel ou Rousseau, na verdade esses educadores tiveram grande importância para a educação infantil, mas a sua estrutura vem lá do século IV a.C., na Grécia Antiga com o filosofo Platão já existia um espaço reservado para atender aos pequenos, podendo assim dizer que a Educação Infantil passou a existir com a Academia de Platão, também conhecida como Escola de Atenas, depois vieram teorias, métodos e grande educadores mostrando que a educação infantil vai muito além do cuidar.

 Ao nível de Brasil, podemos dizer que até a metade do século XIX, não havia instituições infantis, mas sim que havia orfanatos onde eram deixadas na giratória as crianças que eram abandonadas por suas mães.  
Naquela época, não se levava em consideração à educação infantil, ou seja, as crianças eram tachadas como alguém que não precisava brincar se relacionar, era a miniatura de um adulto, algo superado em nossos dias atuais, como diz Kramer,



...a infância nos remete a fantasia, a imaginação, a criação, ao sonho coletivo, a história presente, passada e futura. (KRAMER, pag. 36)



Naquela época a criança não era considerada criança e se pararmos para pensar até hoje é assim, até certo ponto, é claro. Pois foi preciso aparecer um grande educador chamado Jean-Jacques Rousseau para mostrar que a criança não é a miniatura de um adulto, ela é criança e deve ser tratada como tal. Voltando a história, no ano de 1875, foram criadas no Rio de Janeiro o primeiro Jardim da Infância por Menezes Viera e dois anos depois foi adaptado em São Paulo, Caetano de Campos e Bahia, mas ambas estavam sob o cuidado das instituições privadas e somente alguns anos depois passaram ao domínio do poder público, mas ainda visando atender a população rica.

Após a década de 20 a educação infantil passou a ser valorizada e aperfeiçoada. Hoje ainda buscamos valorizar a educação infantil, pois as crianças têm os seus direitos, mas muitas vezes sabemos que eles só ficam no papel. A lei nos fala muito sobre a educação infantil.

Conforme a LDB,

Art. 29º. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade

o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,

psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Art. 30º. A educação infantil será oferecida em:

 I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.

Art. 31º. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e

registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.

Ou seja, toda criança tem o direito de frequentar a educação infantil em creches, pois é ali que ela se desenvolvera por completo, seja afetivamente, cognitivamente, psicologicamente e fisicamente.

Educação infantil é o período de zero a seis anos, agora cinco conforme a lei dos nove anos, onde a criança vai para uma creche, onde deve haver brincadeiras lúdicas e o aprendizado deve ser entendido como algo relativo, algo que vem naturalmente, pois para fazer parte do ensino fundamental ela não precisa passar por nenhuma avaliação, você não reprova e sim vai automaticamente para este novo período. É lamentável saber que muitas crianças não tem o direito, nem acesso às creches e escolas, pois muitas desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da família, um absurdo. É muito importante que a família apóie a criança em seu desenvolvimento escolar, pois assim para o professor será mais fácil realizar o seu trabalho pedagógico. Existem régios onde creches e escolas são algo extintas como em alguns lugares da floresta Amazônia. A educação infantil é vista de vários ângulos, pois depende de cada cultura, por exemplo, muitos índios não frequentam creches de educação infantil, nem por isso deixam de se desenvolverem como um todo, isso é dialético.

Trabalhar com a educação infantil é algo complexo, mas gratificante, pois,

[...] compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais. Embora os conhecimentos derivados da psicologia, antropologia, sociologia, medicina, etc. possam ser de grande valia para desvelar o universo infantil apontando algumas características comuns da ser das crianças, elas permanecem únicas em sua individualidades e diferenças (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, 1998, p.22).

Já a concepção de infância é algo maravilhoso. Sinto muita falta de minha infância onde brincávamos, corríamos, pulávamos, fazíamos tantas coisas arriscadas sem pensar no perigo, sem saber que ele existia, sem criança vai muito além do brincar é ter um mundo só nosso, um mundo ilusório, imaginário e criativo onde achamos que nada de ruim pode nos acontecer, é lamentável saber que crescemos e que aquele mundo que sonhamos é totalmente diferente, mas nem por isso deixares de sonha. 

Infância é o período em que a criança desenvolve sua noção de vida, é fazer tudo o que se quer, é brincar, correr, pular, é criar o seu próprio mundo, é imaginar.

Para Oliveira:

Infância é uma construção histórica e social, coexistindo em um mesmo momento múltiplas ideias de criança e desenvolvimento infantil. (OLIVEIRA, pg. 44)
     
Numa perspectiva mais científica, infância é o período que vai desde o nascimento até aproximadamente o décimo-segundo ano de vida de uma pessoa. É um período de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da criança - especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a puberdade. Cobre, portanto, todo o desenvolvimento da personalidade.

Agora abordares alguns métodos a serem trabalhados na educação infantil. Um deles conforme a Proposta Curricular de Santa Catarina é “organizar as ações da escola com base nos jogos e brincadeiras, visando construir na criança conhecimentos sobre o mundo, sempre levando em consideração os contextos a qual ela está inserida”.

O método de ensino deve visar o desenvolvimento da criança, buscando trabalhar todos os ambientes que a envolve, onde haja prática problematizadora, onde as crianças tenham voz e vez.

A ludicidade é outro fator importantíssimo para se trabalhar com as crianças de zero a seis anos, pois através do brinquedo ela interage com o mundo, com sua imaginação, seu corpo, sua vida, sua totalidade. O brinquedo cantado é algo indispensável na Educação Infantil, as cantigas de roda, todas as musicas infantis, ajudam a desenvolver a linguagem da criança, algo que também envolve a razão e a emoção.

Cantigas e rimas aliadas a gestos e danças, auxiliam no desenvolvimento linguístico e físico da criança. (P.C.S.C. pág. 58)

É através da música que expressamos os nossos sentimentos, é ali que o professor perceberá se a criança sofreu ou sofre abuso sexual, violência ou outro problema que a envolve. É muito importante fazer a contextualização da musica, desenhá-la, interpretá-la visando desenvolver as percepções táteis, visuais e sensoriais, além das motoras é claro.

Mais uma vez percebemos a importância do lúdico que falta muito em nossas escolas, os jogos, histórias, dramatizações, auxiliam nas múltiplas linguagens da criança.

As historias, fantasias, magia são importantíssimas para desenvolver a linguagem literária da criança, lembrando sempre que é na Educação Infantil que a criança compreende e aprende com facilidade as coisas, principalmente adquire o habito da leitura.

A linguagem matemática é algo trabalhado com muita dificuldade nas creches, pois se ensina as regras e não o conceito. O jogo, blocos lógicos, figuras geométricas, quebra-cabeça, tangram, são meios concretos que ajudam a desenvolver esta linguagem, a criança precisa tocar no objeto, senti-lo, colocar na boca muitas vezes, mas é assim que ativa a sua capacidade cognitiva.

Conforme a P.C.S. C,
 A organização espacial é outro principio norteador da pratica pedagógica que pode, dependendo de sua estruturação facilitar ou dificultar a vivencia da infância. (P.C.S. C, pag 62)

Vi em muitas escolas por onde passei, seja estudando ou trabalhando ou regendo meus estágios, a precariedade destas, onde as salas são pequenas, com péssima infraestrutura, com pouca alimentação, falta de higiene, sendo assim, o processo de ensino aprendizagem torna-se difícil. Grandes partes das creches possuem um espaço externo para as crianças brincar, o parque é muito importante para o seu desenvolvimento, desde que os professores não o utilizem como fonte para matar aula, fofocar e sim como enfoque o desenvolvimento motor da criança.

Toda escola, seja infantil ou não, precisa ter um Projeto Político Pedagógico, onde os professores e toda a comunidade escolar possam basear-se para lecionar com sucesso.

A criança é o sujeito de ensino e desde pequena precisa aprender e descobrir o mundo, o professor deve facilitar a aprendizagem e não deve esquecer que tudo na vida tem o seu tempo e na educação não é diferente, ela tem etapas e não deve ser puladas. A criança aprende dentro de suas potencialidades.
  
3 CONCLUSÃO

            A conclusão que tiro deste pequeno artigo, como já disse anteriormente, que ser criança vai muito além do brincar, correr, pular, ser criança é desenvolver-se integralmente, sendo assim percebemos o qual importante é o nosso papel de educadoras, pois a criança se desenvolvera dentro da escola e estas precisam ter um ótimo acompanhamento para evitar algo trágico em sua infância. A educação infantil é um período importante onde toda criança tem o direito de por ele passar e cabe a nos educadoras fazer valer o direito de cada criança.

4 REFERÊNCIAS


POSSENTI, S. Porque (não) ensinar gramática na escola. Campinas, Mercado das Letras, 1998.  Disponível em Caderno de Estudos - Fundamentos da linguística.









segunda-feira, 14 de abril de 2014


AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL DIANTE DAS PERSPECTIVAS ATUAIS DA ESCOLA


RESUMO

Neste pequeno artigo retratar-se-á a importância do orientador educacional na escola e na sociedade como um todo. Seu trabalho é indispensável, buscando sempre mediar as relações e conflitos da escola com a sociedade, bem como dos planos e projetos democráticos da mesma. Além disso, atua muitas vezes como cientista social, auxiliando nas relações capitalistas e sociais que corrompem as famílias.
Palavras-chave: Democratização; Escola; Orientador Educacional; Sociedade.

1 INTRODUÇÃO

Vive-se em uma era de mudanças, a tecnologia está em evolução, a violência aumentando, na mesma proporção os problemas sociais e a educação melhorando aos poucos.
A escola, instituição de ensino, instrução, focada no ser humano, aprendeu a valorizar sua cultura, diversidade, direitos, aprendeu a tratar o homem como um ser que pensa e age, até certo ponto, é claro.
Para isso, surgiram dentro das escolas, um cargo a mais. Agora o educar, orientar, amar, resolver problemas sociais não ficou mais a cargo apenas de professores e gestores, dividem hoje esta responsabilidade com duas novas funções que surgiram para revolucionar a escola, são elas: supervisor escolar e orientador educacional.
Para muitos seu trabalho é apenas orientar, mas mostrar-se-á que vai além, é uma mão amiga para o professor que agora não resolve mais sozinho os conflitos psíquicos, sociais e existenciais que ocorrem dentro da sala de aula.
Neste pequeno artigo compreender-se-á quem é o orientador educacional, sua importância perante a escola e como ele pode contribuir para melhora-la, educação onde está inserido.

2 ORIENTADOR EDUCACIONAL


A cada dia que passa percebe-se com mais clareza a importância da educação na vida do homem.
Educar não é apenas ensinar alguém a ler e escrever, mas sim criar um cidadão crítico, capaz de sobreviver dentro da sociedade que tenta a todos corromper.
Segundo Luck (1992, pg. 67),


“[...] cabe à educação, estimular e promover a formação da consciência, ou seja, estabelecimento de identidade pessoal do homem e compreensão de seu relacionamento com o mundo. Este processo não pode ser considerado acabado e sim entendido como dinâmico e um constante “dever ser”. Deve despojar-se de preconceitos e subjetividade.”

Para que assim seja, a escola de hoje conta com um profissional competente, que trabalha não apenas com o ensino aprendizagem, mas como mediador dos problemas existentes entre pais X alunos X comunidade X governo, um orientador educacional.
São muitas as suas atribuições deste profissional, mas destaca-se as mais importantes:
  • Mediador das relações entre escola e comunidade
  • Auxilia o corpo técnico e pedagógico da escola.
  • Trabalha com questões inter-pessoais, ou seja, busca solucionar os problemas existenciais da escola.
  • É um agente de mudança, busca uma escola justa, igualitária e democrática.
  • Dentro das perspectivas atuais da escola, o objetivo do orientador educacional é:
  • Orientar o educando em seus estudos.
  • Ensinar o educando a estudar
  • Ajudar o estudante nos aspectos intelectual e emocional
  • Formar um cidadão mais justo, ideológico, fraterno e consciente.
  • Prestar assistência nas relações entre professor e aluno
  • Sensibilizar professores, diretores para que vezes sempre o desenvolvimento do educando.

  • Ajudar a criança a entender os paradigmas da vida, tais como a morte, amor, ódio, violência, a vida, relação entre os sexos.
Sobre esta última questão, Lewis (1993, pg. 112),


[…] Algo acontece nitidamente no desenvolvimento da criança, [...] sugere que tanto alguns aspectos quantitativos como qualitativos se consolidaram.[...] A criança não só aprendem novas habilidades motoras – por exemplo, andar de bicicleta – como, em algum momento, talvez em torno dos nove anos, exerce-as muito à vontade: habilidade “estalou”, tornou-se automática e estabelecida, uma ação não deliberada sem exigir qualquer espaço ou concentração.[...] a criança torna-se mais capaz de pensar abstratamente. [...] nasce a capacidade para o pensamento, fala, memória, é neste estagio que vários conceitos de inevitabilidade se tornam estabelecidos. As manifestações comportamentais ocorridas durante o período da latência são alterações psicossexuais e psicossociais, são modificadas por fatores culturais.”


O orientador educacional possui estas atribuições que auxiliam e muito no bom andamento da escola. Uma ajuda importante que a escola necessitava, agora junto com todos s pais, professores, alunos e gestores poderão buscar uma escola mais justa e democrática.


3 ASPECTOS LEGAIS

A 1ª Lei brasileira a falar sobre a Orientação Educacional foi a Lei 4244 de 1942. Seu cargo era de encaminhar os alunos para escolher uma boa profissão ajudando-os em seus problemas,
A última Lei e mais importante que fala sobre isso, é o Decreto No 72.826 de 26 de setembro de 1973.
Analisar-se alguns de seus artigos:

Art. 1º - Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao educando, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas.
Art. 2º - O exercício da profissão de Orientador Educacional é privativo:
I – Dos licenciados em Pedagogia, habilitados em Orientação Educacional, possuidores de diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino superior oficiais ou reconhecidos.
II – Dos portadores de diplomas ou certificados de Orientador Educacional obtidos em cursos de pós-graduação, ministrados por estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, devidamente credenciados pelo Conselho Federal de Educação.
III – Dos diplomados em Orientação Educacional por escolas estrangeiras, cujos títulos sejam revalidados na forma da lei em vigor.
É importante saber que para ser orientador é necessário ter diploma, no entanto, em nossa sociedade atual o que importa é a politicagem e não o diploma e a competência.
O artigo 8º e 9ª falam das atribuições do orientador educacional que são:
a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional em nível de: - Escola - Comunidade
b) Planejar e coordenar a implantação do Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Estadual, Municipal e Autárquico; das Sociedades de Economia Mista, Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.
c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao processo educativo global.
d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando.
e) Coordenar o processo de informação profissional e educacional com vistas à orientação vocacional.
f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento global do educando.
g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial.
h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.
i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específica de ensino.
j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.
k) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.
Art. 9º - Competem, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições:
a) Participar no processo de identificação das características básicas da comunidade.
b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar;
c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola;
d) Participar na composição, caracterização e acompanhamento de turmas e grupos;
e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;
f) Participar do processo de encaminhamento e acompanhamento dos alunos estagiários;
g) Participar no processo de integração escola –família -comunidade;
h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional.
A LDB, lei mais importante no que se refere a educação no Brasil, manteve conforme especificado no decreto acima.


3 CONCLUSÃO

O ato de educar é algo maravilhoso.
Ajudar a criança a descobrir o caminho correto com dignidade, ideologia, capacidade, habilidade são competências do professor que agora tem o auxilio do Orientador Educacional.
Foi gratificante e muito instrutivo analisar e conhecer um pouco mais sobre o orientador quer levarei para o meu dia a dia, pois quando deixar de seu gestora, me aprofundarei mais nesta questão e com certeza gostarei de exercer esta função, pois meu objetivo maior sempre foi lutar em prol dos oprimidos através da educação e esta é uma boa forma de lutar por aquilo que acredito.


4 REFERÊNCIAS

DECRETO nº 72.846 de 26 de setembro de 1973.
LEI de Diretrizes e Bases da Educação. Lei 9394/96.
LEWIS, Melvin, WOLKMAN, Fred. Aspectos clínicos do desenvolvimento na infância e adolescência. 3. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
LÜCK, Heloisa. Planejamento em orientação educacional. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1992.