domingo, 11 de setembro de 2016

A RELEVÂNCIA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS E DA SUSTENTABILIDADE NUMA ABORDAGEM HISTÓRICA E SOCIOLÓGICA DO RIO CACHOEIRA


RESUMO

No decorrer do processo histórico é notável que toda ação do homem reflete no meio onde está inserido. O impacto ambiental vem sendo observado desde o renascimento urbano no século XV e com o bem de consumo fruto do pós-guerra, percebe-se que, além dos poluentes industriais, o próprio consumo gera modificações no meio ambiente, é o que tem acontecido com o Rio Cachoeira. Esta Bacia Hidrográfica, como se sabe, constitui parte importantíssima do patrimônio histórico de Joinville, porém este importante patrimônio está sendo destruído graças as ações do homem, um problema ambiental que precisa ser solucionado com urgência.
                                                       
                                                                                                                                                              Palavras-chave: Cachoeira. Histórico. Sociológico. Ambiental. Sustentabilidade.

1 INTRODUÇÃO


O meio ambiente é de extrema importância para a vida do Planeta Terra. O homem está constantemente modificando o meio ambiente, através de ações negativas, tais como a poluição, desmatamento das florestas, degradações e extinguindo animais.

O Brasil é um país que possui uma biodiversidade muito rica, porém diariamente se vê em noticiários que o homem está acabando com toda a riqueza aqui existente e isso pode ser visto na cidade de Joinville, onde o rio Cachoeira, importante Bacia Hidrográfica local, que sofre com as ações do homem e achou-se relevante levantar este tema como fonte de conhecimento.

Num primeiro momento buscou-se conhecer e compreender a história do Rio Cachoeira e a problematização sociológica que rondam esta bacia hidrográfica. Pois se sabe que tudo na vida tem uma história e que o indivíduo faz parte desta história.
Em segundo plano, porém não menos importante destaca-se as questões ambientais que rodeiam o rio Cachoeira e o conceito de sustentabilidade.

2 A RELEVÂNCIA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS E DA SUSTENTABILIDADE NUMA ABORDAGEM HISTÓRICA E SOCIOLÓGICA SOBRE O RIO CACHOEIRA 

2.1 LEVANTAMENTO HISTÓRICO DO RIO CACHOEIRA

Contextualização histórico-sociológica do saneamento básico e cuidados gerais com a água:
Em toda a linear do processo histórico, é possível observar que toda atividade humana interfere no meio em que este está inserido. O surgimento da civilização deve-se à água [FERREIRA 2009], pois foi nas proximidades de grandes rios que os primeiros grandes redutos humanos sedentários se reuniram e se desenvolveram.

Antes dos povos da antiga Mesopotâmia e dos egípcios, as pequenas comunidades nômades deixavam, sim, dejetos e resíduos por onde passavam [GUARINELLO 1994], mas a quantidade era muito pequena para produzir qualquer modificação mais agravada no ambiente.

Quando a população começou a aumentar, foi necessário buscar uma forma de tratar a água para consumo: no Egito, a água era armazenada em jarros por um tempo suficiente para que os sedimentos presentes se depositassem no fundo, já no Império Romano, as tubulações de abastecimento e tratamento de esgoto eram tão bem construídas que era possível transitar por elas utilizando-se de uma carroça.

Durante o medievo, houve certo retrocesso no hábito de tratar a água consumida e os dejetos humanos. A organização social, constituída de povoações pequenas, porém demograficamente lotadas, sujas e de vias não pavimentadas, e a mentalidade do homem desse período, que considerava o banho pós-batismo algo dispensável [DUBY 1989], trouxeram à tona vários problemas decorrentes do descaso com rios e outras fontes hídricas, como grandes enchentes e a própria Peste Negra [FERREIRA 2009].

No decorrer desse período, praticamente não existiu saneamento básico ou tratamento para a água a ser consumida. Os dejetos eram lançados em qualquer lugar (até mesmo nas ruas, acertando eventualmente algum pedestre) e nem mesmo as moradas da nobreza possuíam tratamento de esgoto. O único tratamento que a água para consumo humano recebiaera um pouco de vinagre para “matar os germes”.

Apesar de toda a “imundice” medieval, foi no período moderno que os rios realmente passaram a sofrer. Com o objetivo de melhorar as condições de vida da população e, consequentemente, a saúde pública, começou-se a pavimentar as vias urbanas, com a construção de canais para o escoamento do esgoto e outros refugos, que iam parar diretamente nos rios e lagos.

Desta maneira, as fontes hídricas passaram a ficar perigosamente contaminadas, visto que além da poluição oriunda dos canais de escoamento, poços e fontes públicas se contaminavam com facilidade devido à infiltrações de fossas e cemitérios.

No século XVIII, teve início o desenvolvimento industrial, o qual desencadeou uma massiva onda de êxodo rural. As moradias urbanas não possuíam rede de esgoto e os detritos oriundos desses meios superlotados e sem higiene eram recolhidos e depositados em reservatórios públicos.

Tal política não era muito eficiente, pois tais reservatórios públicos acabavam por infiltrar no solo e contaminar rios, lagos e fontes. Um século mais tarde, houve a introdução do uso de canos de ferro e das bombas a vapor, porém o sistema de drenagem continuava arcaico: as fossas raramente recebiam higienização e seu escoamento acabava nos grandes rios, que mais pareciam grandes esgotos à céu aberto.

A explosão industrial também contribuiu para a piora da saúde das fontes hídricas [CALDEIRA 1995]: os refugos industriais também iam direto para os rios. Assim como na Idade Média, o descaso com a qualidade da água trouxe epidemias e outros males para a população, como os surtos de cólera em Londres, que ocorreram de 1831 até 1857 [FERREIRA 2009]. No entanto, as autoridades finalmente passaram a perceber a conexão entre a qualidade da água, o que gerou uma reforma radical no sistema de abastecimento e escoamento: a água potável foi separada da água servida e os esgotos à céu aberto foram substituídos por canais subterrâneos em cerâmica cozida.

No Brasil, o desenvolvimento do saneamento básico teve início já no cotidiano dos povos nativos, que delimitavam as áreas destinadas ao recebimento de detritos [GUARINELLO 1994]. Porém, com a chegada do europeu e a formação de povoamentos urbanos, tal cuidado se reduziu ao recolhimento dos dejetos em barris, que após dias de uso, eram carregados até as praças centrais, onde eram despejados e, de certa forma, “lavados”.

O cuidado propriamente dito com o saneamento básico deu-se apenas após três epidemias de febre amarela no Rio de Janeiro. A administração foi concedida à empresas inglesas, que atuaram na construção de chafarizes nas cidades e na distribuição gratuita da água para a população.

De qualquer maneira, a partir do século XX, a população passou a se mostrar insatisfeita com a administração inglesa, o que forçou o governo a estatizar o serviço, que desta vez se focou no tratamento - e não na distribuição – da água. Com a estatização e os projetos do engenheiro sanitarista Saturnino de Brito [FERREIRA, 2009], até o ano de 1930, todas as capitais brasileiras já contavam com sistemas de distribuição de água e coleta de esgoto.

Durante a Era Vargas, mais precisamente na década de 1940, a água e os serviços relacionados à ela passaram a ser comercializados, separando-se o setor de saúde pública do de saneamento básico [KOSHIBA 1987].

Com o estabelecimento do governo militar, a concessão da administração do abastecimento passou para mãos estadunidenses (assim como a maioria dos serviços prestados à população brasileira), porém, tal administração não se mostrou eficiente e cobriu apenas 21 cidades [KOSHIBA 1987]. Atualmente, apesar de todas as melhorias implantadas nos últimos 40 anos, a qualidade do saneamento nas áreas menos favorecidas continua precária, visto que o ritmo das obras não acompanhou, de forma alguma, o passo do crescimento das cidades e comunidades.

O nível regional, tanto o abastecimento quando o tratamento da água servida são de responsabilidade majoritariamente municipal desde 2005. A água é captada do rio Cachoeira, extremamente ligado com as origens e rotina da cidade. Aquele que outrora trouxe os primeiros moradores para a cidade [RAMOS, 1998], hoje se encontra completamente poluído (mesmo com os investimentos em estações de tratamento), recebendo todo o esgoto residencial e refugos industriais tóxicos. A situação do Cachoeira preocupa pois, em seu curso, encontra-se remanescentes de manguezais, ecossistema importantíssimo.


2.2 PROBLEMATIZAÇÃO SOCIOLÓGICA SOBRE O RIO CACHOEIRA

Os impactos e alterações no meio ambiente como um todo, e principalmente nos recursos hídricos, têm sido agravados nos últimos anos, pela acelerada urbanização das cidades e intensas atividades industriais, muitas vezes sem controles ambientais adequados para os poluentes originados em seus processos produtivos.  

É nítida a necessidade de mudanças no comportamento do homem em relação à natureza e ao meio em que vive no sentido de tentar promover um modelo de desenvolvimento sustentável (CARVALHO & OLIVEIRA, 2003 P. 122). Recentemente, foi estimado que a humanidade consome, sobretudo para a agricultura, cerca de um quinto da água que escoa para os mares; e as previsões indicam que essa  fração atingirá cerca de três quartas partes no ano de 2025 (BAIRD, 2002, P. 64). 

A caracterização da qualidade das águas, dos aspectos, socioeconômicos, físicos e a proposição de ações de fortalecimento do uso racional dos recursos hídricos, bem como o conhecimento da população sobre a importância e a influência dos rios para a humanidade tem sido ferramenta importante para auxiliar no processo de conscientização e gerenciamento dos recursos hídricos de uma determinada região, uma vez que são capazes de informar aspectos relativos à influência das atividades do homem no meio ambiente e a evolução das condições ambientais ao longo dos tempos.

 Historicamente sabe-se que os rios sempre foram e ainda são um dos recursos mais importantes para a sobrevivência da humanidade. Civilizações inteiras foram formadas em torno de rios. Eles são na maioria das vezes os principais fornecedores de toda a água consumida pela população de um determinado local. Muitas vezes, além da água, os rios fornecem ainda alimento, energia e servem como vias de circulação, as quais transportam pessoas e mercadorias para dentro e para fora de uma determinada região. (BAIRD, 2002, P. 22). 

 A Bacia hidrográfica do Rio Cachoeira está totalmente inserida na área urbana do município de Joinville. Esta Bacia recebe efluentes domésticos e industriais da cidade, na maioria dos casos com precariedade no que tange ao sistema de tratamento de efluentes. 

Drena uma área de 83,12 km², que representa 7,3% da área do município. Tem uma extensão de 14,9 km. Suas nascentes estão localizadas no bairro Costa e Silva, nas proximidades da rua Rui Barbosa e Estrada dos Suíços, no entroncamento com a BR-101 (IPPUJ, 2009).

Esta bacia ocupa uma região relativamente plana. As nascentes encontram-se numa altitude de 40 metros. No entanto, a maior parte de seu curso, o canal principal, situa-se entre 5 e 15 metros de altitude. A foz encontra-se numa região estuarina sob a influência das marés, onde se encontram remanescentes de manguezais (FUNDEMA, 2009).

O processo de ocupação da cidade se deu ao longo do rio Cachoeira e seus afluentes, e hoje comporta 49 % da população do município (242.575 hab.), e apesar da Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira drenar uma área com cerca de 83,12 km², que representa apenas 7,3% da área do município, foi à margem de seus rios que a cidade de Joinville se desenvolveu, por isso sua bacia ocupa cerca de 39% do perímetro urbano da cidade (FUNDEMA, 2009). As nascentes do Rio Cachoeira estão localizadas em bairros com as maiores densidades demográficas da cidade, e sem tratamento de esgoto.

Estudos realizados por Silveira et al. (2009) identificaram a bacia do rio Cachoeira com a maior frequência (30%) das inundações ocorridas em Joinville de 1851 até o ano de 2008, seguida pela  Bacia do Rio Cubatão do Norte (29%), Bacia do Piraí (18%), e demais bacias (11%). 

O Rio Cachoeira, como se sabe, constitui parte importantíssima do patrimônio histórico de Joinville. Por meio dele chegaram os primeiros imigrantes oriundos de diferentes partes da Europa. Não somente isso, mas foi também o ponto de partida de toda riqueza aqui produzida, assim como o meio de chegada de recursos técnicos para a recém criada cidade de Joinville, desde o surgimento na metade do século dezenove até o surgimento de outras vias de acesso à cidade. (GONÇALVES, M.L. P 32)
Com a criação da estrada de ferro e das rodovias que ligam o município de Joinville ao Norte, ao Sul e ao interior do Estado o Rio Cachoeira foi perdendo sua importância enquanto via de transporte e consequentemente seu interesse econômico para a região. O resultado desse desinteresse econômico foi o total abandono deste por parte dos habitantes da cidade e desde então foi se transformando no principal canal de esgoto da cidade e depósito de resíduos químicos de indústrias situadas à margem dele. (GONÇALVES, M.L. P 44 )

A população atual pouco ou nada sabe sobre a importância histórica e sociológica do Rio Cachoeira. Existem alguns projetos de despoluição do rio e de reconstituição do meio ambiente e torno dele. A população de forma geral é indiferente a ele, pelo que se sabe industrias situadas às suas margens muitas das vezes descartam produtos altamente tóxicos em suas águas, ocasionando assim a morte do pouco que resta de vida no rio. (SILVEIRA, W. N.; KOBIYAMA M.; GOERL R.F.; BRANDENBURG B. (2009). História das Inundações em Joinville, 1851 – 2008. Organic Trading: Curitiba – PR. P 87)

Traçado assim um pequeno resumo sociológico da importância do Rio Cachoeira para a cidade de Joinville, faz-se necessário apontar para os atuais problemas relacionados à poluição e contaminação do rio assim como levantar algumas propostas coerentes e cabíveis, levando em conta a forma interesseira e exploradora, assim como a mentalidade ignorante quanto a importância desse que foi e ainda é um dos mais importantes rios da região de Joinville.

Por se tratar de um rio com importância apenas local e ter sido abandonado durante décadas, pouco material se tem para fazer um trabalho acadêmico mais aprofundado. Não foi encontrado nenhum material científico publicado para dar um suporte mais consistente ao trabalho.

Uma possibilidade de estudo seria uma pesquisa de campo, onde seriam registrados fotograficamente locais em que o Rio Cachoeira está em situações mais visíveis de abandono. (SILVEIRA, W. N.; KOBIYAMA M.; GOERL R.F.; BRANDENBURG B. (2009). História das Inundações em Joinville, 1851 – 2008. Organic Trading: Curitiba – PR. p 98) Mas não somente isso. Interessante seria também registrar e mostrar locais onde a vida segue invencível em meio ao caos urbano e industrializado, com todos os problemas decorrentes dessa realidade. Afinal, um rio não serve apenas como local de exploração e sobrevivência das pessoas, mas principalmente como parte fundamental de todo um ecossistema local. Mesmo que o Rio Cachoeira nunca mais volte a ter sua importância como canal de transporte e escoação dos produtos da região, ainda pode e deve tornar-se um local para ser admirado pelos habitantes da região e turistas oriundos das mais diversas partes do estado e quem sabe até mesmo de fora dele.


2.3 QUESTÕES AMBIENTAIS

O Rio Cachoeira é uma das Bacias Hidrográficas mais importantes do Estado de Santa Catarina, quiçá da cidade de Joinville.

Durante muitos anos o Rio Cachoeira foi conservado, suas matas ciliares protegidas, sendo utilizado apenas para pesca, porém com a expansão da Colônia Dona Francisca devido à industrialização, suas matas ciliares foram sendo destruídas para construções de casas, pontes e travessias, rodovias, canais de irrigação, aterros sanitários, indústrias e campos destinados à agricultura, pecuária e piscicultura.

Para adentrar-se aos temas ambientais que envolvem o Rio Cachoeira percebe-se a necessidade de compreender-se o conceito de meio ambiente e questões ambientais.

Entende-se por meio ambiente todas as coisas vivas e não vivas existentes na natureza e aquelas que afetam o ecossistema e a vida dos seres humanos. Já Art considera o meio ambiente como sendo,

“[...] conjunto de condições que envolvem e sustentam os seres vivos na biosfera, como um todo ou em parte dela, abrangendo elementos do clima, solo, água e de organismos [...] a soma total das condições externas circundantes no interior das quais um organismo, uma condição, uma comunidade ou um objeto existe. O meio ambiente não é um termo exclusivo; os organismos podem ser parte do ambiente de um outro organismo”. (ART, 1998, p. 583).

Ou seja, o meio ambiente são as flores, plantas, rios, lagos, sol, lua, solo, relevo, clima, enfim, meio este em que o homem está inserido e as questões ambientais tratam diretamente de tudo o que afeta o meio ambiente, como por exemplo, a poluição, degradação, desmatamento, queimadas, esgotamento do solo, extinção de animais, abertura da camada de ozônio, aquecimento global etc... O termo questão ambiental surgiu quando se visou à necessidade de proteger o meio ambiente das ações humanas, o conhecido movimento verde.

Com o Rio Cachoeira não é diferente, ele tem sofrido constantemente com as negativas ações produzidas pelas indústrias joinvillenses, e seu maior problema ambiental é a poluição, que recebe diariamente o esgoto industrial e residencial. O Instituto Viva o Cachoeira, uma Organização não Governamental luta constantemente pela limpeza e proteção do Cachoeira. O rio corta o centro urbano de Joinville, e para isto foi necessário destruir as matas ciliares que rodeiam e protegem o rio.

 As matas ciliares são aquelas árvores, plantas, coberturas vegetais que se encontram às margens dos rios protegendo-os. Segundo Franco,

“[...] as matas ciliares apresentam inquestionável de sua importância, em relação aos mais diversos fatores ambientais, devido a suas características peculiares, sempre associadas aos cursos de água e por situarem-se, de maneira geral, em regiões  ecologicamente muito sensíveis e importantes da paisagem [...]”. (FRANCO, 2005, p.129).

O termo ciliar origina-se da palavra cílios, pois são os cílios que protegem os olhos, sendo assim as matas ciliares protegem os rios e quando estas são cortadas, vêm às enchentes, deslizamentos, desmoronamentos. Quando a chuva cai, as árvores e flores seguram estas gotas que caem com menos intensidade no chão. Quando as matas ciliares são cortadas, à água da chuva cai diretamente do chão, encharcando o solo, demorando a secar, e as construções que estão em torno do rio desmoronam-se e são levadas pela correnteza dos rios.

Na área central o Cachoeira é rodeado por barragens de concreto, mas isso não impede que o rio inunde a cidade. Quando chove com intensidade as suas águas alagam a o centro, trazendo sujeira e animais peçonhentos, sem falar nas diversas doenças.

O Rio Cachoeira possui uma rica biodiversidade de animais, dentre eles o Jacaré Fritz, importante figura popular da cidade. Mas lá se encontram também aves, mamíferos, peixes e répteis como a garça-vaqueira, garça branca e a azul, gaivotas, corruíra, chupim, preá, capivara, lontra, cágado, lagarto, guaru, cará, cascudinho e a tainha.

O rio sofre constantemente com a poluição. As indústrias, prédios e comércio despejam em suas águas litros e litros de esgoto, matando peixes, aves e espantando muitos animais que fazem do Cachoeira a sua morada. Já há projetos a fim de despoluir o rio, muitos dizem que ele não está mais poluído, porém pouco se percebe a limpeza do mesmo, principalmente para quem passeia, corre ou passa diariamente pela beira do  rio que sofre com o odor saído das águas do rio.

Muitas escolas estão realizando projetos para proteger o rio cachoeira, pois é necessário mostrar aos educandos a extrema importância dos rios para o ser humano. Dele é retirado à água utilizada diariamente pelos brasileiros para fazer suas necessidades básicas, como comer, lavar roupa, louça, banhar-se, escovar os dentes, dentre outros.

A empresa Águas de Joinville tem uma parceria com a prefeitura de Joinville que juntas levam para as escolas a importância da água e da conservação dos rios que rodeiam a cidade. Pois é através dos futuros moradores de Joinville que se poderá mudar esta realidade tão presente no cotidiano.

2.4 SUSTENTABILIDADE E O RIO CACHOEIRA: UM CASO DE URGÊNCIA ECOLÓGICA

Quando o assunto é sustentabilidade um leque de opções se abre, de modo que, o assunto é realmente amplo. Sustentabilidade tem haver com a sustentação da vida, isto é, daquela manutenção dos recursos naturais que possibilitam uma vida saudável, não apenas para o ser humano, mas também para todo o ecossistema. Isto é de grande importância uma vez que a vida em sua diversidade está inteiramente interligada, constituindo-se em uma verdadeira rede de relações que possibilitam a vida em toda a sua diversidade e beleza (RIBEIRO, 2014, p. 01-02).

Portanto, cabe lembrar a grande responsabilidade humana em relação à esse sistema vital. Certamente que, frequentemente os maiores causadores de males para o planeta é o próprio ser humano e, assim, compromete-se a qualidade de vida. Isto posto, pretende-se ocupar aqui, mais especificamente com a questão da água, ou melhor, com o rio Cachoeira.

Este lamentavelmente tão conhecido na cidade de Joinville por sua condição de flagrante poluição e mau cheiro. Tornando-se de desse modo um testemunho da falta de cuidado e proteção dos recursos naturais.

Os mais jovens nunca o viram repleto de vida, tal como foi contemplado pelos mais velhos que, aliás, até mesmo se banhavam e brincavam em suas águas. Sim, houve um dia que esse rio possuía águas límpidas! Contudo, gradativamente foi agredido pelos poluentes despejados em suas águas. E, tudo isso feito com o consentimento da omissão das autoridades e cidadãos dessa cidade, de tal modo que, direta e indiretamente contribuíram para a aniquilação da beleza e da vida presente em suas águas. Como bem escreveu Araí, de maneira poética:

“Eram tão claras aquelas águas onde eu, criança, nadava... via-se na cristalina corrente, os peixinhos num balé aquático, simplório e belo! Era tão lindo aquele rio que desenhava a cidade como um espelho ondulado! Ah! Cachoeira,foste a sangue-frio assassinado! E nem foste dignamente enterrado!Hoje és, das fábricas, fossa,estás morto apodrecendo a cidade. Te peço perdão Cachoeira pela inconsequência dos homens que em nome do progresso te fizeram depósito de lixo... Perdoe-os Cachoeira querido, e descanse em paz”! (ARAÍ, 1995).

Os primeiros sinais de poluição no rio Cachoeira são antigos, remontam ao ano de 1987, com o despejo de esgoto no ribeirão Mathias, um de seus afluentes. Ainda assim, como a população era muito pouca, não tinha muita interferência na qualidade da água do rio (ALMEIDA, 1999).

Foi só a partir da década de 30, quando o porto de Joinville estava com excesso de movimento, que o Cachoeira começou a ser explorado como meio de escoamento da produção de madeira e dos produtos do Moinho do Trigo (ALMEIDA, 1999).

Mas, somente lamentar não basta; é preciso medidas efetivas para se mudar essa situação. Sendo assim, devem ser reduzidos os diversos tipos de poluição como poluição térmica que é aquela que vem do lançamento nos rios de água aquecida usadas no processo de refrigeração de siderúrgicas e usinas termoelétricas a poluição de biodegradáveis que é gerada por produtos químicos, decompostos pela ação de bactérias. Um exemplo disso são os detergentes, fertilizantes, inseticidas, etc (MARCOLINO, [s.n.d.]).

Diante desse quadro caótico, há sinais de esperança que se deve mencionar. Desde a década de noventa ocorrem coletas em vários pontos do rio e mesmo que se pense o contrário o nível de poluição do rio tem diminuído gradativamente graças as medidas de proteção adotadas (ALMEIDA, 1999).

Contudo, infelizmente, ainda existe falta de fiscalização do poder público para evitar que indústrias despejem na rede de esgoto e no rio Cachoeira seus resíduos químicos.

Vários são os elementos despejados no rio Cachoeira. Quando se menciona sobre a poluição de rios, logo se têm em mente as grandes empresas, porém, em muitas cidades pela falta de planejamento urbano o esgoto doméstico é jogado diretamente nos rios, esse esgoto é um dos principais causadores da morte de peixes nesses rios. Portanto, na realidade esse problema não é de exclusividade da cidade de Joinville, pois é um problema que acomete muitas cidades.

Diante disso, é necessário cada vez mais conscientizar os cidadãos, especialmente as futuras gerações para que se conscientizem da necessidade de cuidar dos recursos naturais, uma vez que os mesmos não são inesgotáveis.

Quanto ao rio Cachoeira em particular não há solução fácil e nem rápida, contudo, acredita-se que algo pode ser feito agora, a fim de que no futuro a sua situação se torne melhor. Quem sabe em um futuro próximo, a partir das medidas necessárias sendo executadas, não se verá vida outra vez nesse rio que é símbolo da história da cidade de Joinville. Quando então se verá peixes, garças, e demais seres expressando a saúde de suas águas, então a cidade poderá demonstrar publicamente sua condição cidadã e de comprometimento com a vida. Esta tarefa não pode ser mais postergada para o futuro, trata-se de medida urgente a ser tomada por pelos cidadãos, hoje!

Só assim, as gerações futuras da cidade dos príncipes poderão contar com a existência de um rio com águas puras e não mais com esse rio que agride os olhos, narinas e a alma joinvillense.


3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Preservar o meio ambiente é de extrema importância para a vida do Planeta. Após elaborar este artigo percebeu-se que o Rio Cachoeira possui uma riqueza histórica muito grande, e não podemos deixar esta riqueza morrer, acabar. Há pouco tempo atrás o rio era uma fonte de vida para muitos joinvillenses que tiravam de suas águas a pesca, sustento de  seus familiares, com o passar dos anos a cidade cresceu, evoluiu e essa evolução trouxe a poluição, mas sabe-se que é possível evoluir sem destruir.

É triste passar pela beira rio e ver tanto lixo boiando pelas águas do Cachoeira, tinturas e esgotos sendo despejados constantemente e o odor cada vez mais forte, enfeando  a cidade conhecida por suas belas flores e pela dança.
Hoje se compreende que é preciso lutar pela limpeza do cachoeira, para podermos ajudar a manter o equilíbrio ambiental da cidade, ver cada vez mais animais passeando por suas águas e que possa voltar a ser fonte de renda para diversas famílias.

Acredita-se que é na escola que poderemos criar cidadãos críticos, a fim de buscar soluções junto à autoridades públicas na implantação de projetos sustentáveis que contribuam para a qualidade de vida joinvillense, e o Cachoeira é o primeiro passo para isso.

A escola, até certo ponto, está fazendo a sua parte, com projetos que conscientizam seus educandos, em muitos lugares levando esta problemática  até a comunidade, conscientizando como um todo.


REFERÊNCIAS


ALMEIDA, Sérgio. “O cachoeira está menos poluído”. Disponível em: <http://www1.an.com.br/1999/jan/17/0cid.htm>. Acesso em: 07 jul. 2014.

ART, W. H. “Dicionário de Ecologia e Ciências Ambientais”. São Paulo: UNESP/Melhoramentos, 1998.

BAIRD, C. (2002). “Química Ambiental. Bookmann”. Porto Alegre – RS. 2ª ed. 622p. 

CARVALHO A. R.; OLIVEIRA M. V. C. (2003). “Princípios Básicos do Saneamento do Meio”. SENAC São Paulo. 10ª edição.

CALDEIRA, Jorge. Mauá: empresário do Império. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

DUBY, Georges. Idade média, idade dos homens. São Paulo: Companhia das letras, 1989.

FERREIRA, João Paulo Mesquita Hidalgo. Nova história integrada. Campinas: Companhia da Escola, 2009.

Fundação Municipal do Meio Ambiente – FUNDEMA.

GONÇALVES, M.L. (1993). “Geologia para Planejamento de uso e Ocupação Territorial do Município de Joinville”. USP - São Paulo, Tese de Doutorado.

GUARINELLO, Norberto Luiz. Os primeiros habitantes do Brasil. São Paulo: Atual, 1994.

KOSHIBA, Luiz. História do Brasil. São Paulo: Atual, 1987.

MARCOLINO, Marcelo. Prevenir a poluição. Disponível em: <http://meioambiente.culturamix.com/desenvolvimento-sustentavel/prevenir-a-poluicao>. Acesso em: 07 jul. 2014.

OLIVEIRA FRANCO, José Gustavo de. Direito Ambiental Matas-Ciliares.  Curitiba: Juruá Editora, 2005.

RAMOS, Mila. Joinville: flores, festas e trabalho. Florianópolis: Mares do Sul, 1998.


SILVEIRA, W. N.; KOBIYAMA M.; GOERL R.F.; BRANDENBURG B. (2009). “História das Inundações em Joinville”. 1851 – 2008. Organic Trading: Curitiba – PR. 

CONTEMPLAÇÃO 


Enquanto o sono não vem, Fico emocionada a pensar, Que a lua é bela e radiante, Como a luz do seu olhar! 


Quando me olho no espelho, Fico emocionada a pensar, Que meu coração grita alegremente, Que para sempre vai te amar! 

Deitada em minha cama, Fico emocionada a pensar, Queria tê-lo em meus braços, Para suavemente lhe acariciar! 

Olhando suas fotos, Fico emocionada a pensar, Queria ouvir sua doce voz, No meu ouvido uma canção entoar! 

Quando finalmente o sono chega, Fico emocionada a pensar, Que quando eu despertar, Você estará a me AMAR!

ALMA SOLITÁRIA!


Deus:
De que me vale o sorriso
Se este sorriso só dura alguns segundos!
De que me vale dar um beijo
Se este beijo é sempre de adeus!
De que me adianta um olhar apaixonado
 Se meu coração não consegue se aclamar!
 De que me vale ter amigos
 Se minha alma vive na mais pura solidão!
 De que me vale ser amada
 Se não encontro a felicidade no amor!
De que me vale ter esperança
Se a tristeza toma conta do meu ser!
De que me adianta um abraço
 Se meus abraços são gelados!
De que me vale chorar
 Se minhas lágrimas jorram como sangue Saindo de minh’alma!
 De que me vale ter paz
Se meu ser navega sem rumo!
De que me vale uma família,
Se não tenho onde escoar minhas angústias!
 De que me vale uma lágrima,
Se é de emoção triste!
De que me vale ser amiga,
Se não posso consolar ninguém!
De que me vale olhar para frente,
Se meu caminho é escuro, e meu canto agônico!
De que me vale olhar o infinito mar e as estrelas unidas,
se vivo num mundo repleto de desilusões!
De que me vale o Sol,
 Se minha alma não brilha!
De que me vale a morte,
se até Ela foge de mim!
De que me vale viver,
Se a felicidade não faz parte do meu ser