VIOLÊNCIA
E AGRESSIVIDADE NA JUVENTUDE
A violência está tomando conta da sociedade
Latino-Americana, e infelizmente o Brasil mais uma vez é o campeão em
criminalidade.
É estarrecedor saber que as pessoas estão
cada vez mais violentas, os jovens entregando-se aos vícios, a educação em decadência e os problemas sociais aumentando. Onde estão as autoridades que
não olham para nossos jovens? E as instituições educacionais, estão cumprindo a sua função social? Quais as circunstâncias que levam um jovem a tornar-se agressivo? São estas e muitas outras perguntas que buscaremos
responder neste pequeno artigo, visando à educação como agente de mudança, para
que seja aplicado na prática o que diz o filósofo Pitágoras (570 a.C), “Eduque uma criança e não será preciso punir o homem”.
1.
VIOLÊNCIA NA JUVENTUDE
Atualmente vive-se em uma sociedade onde a
corrupção, guerra, desamor, desunião e a violência estão muito presentes. É
comum ouvirmos e lermos noticiários de filhos que assassinaram seus pais,
maridos que mataram esposas, brigas que acabam em tiroteio, tráfico de drogas,
violência no trânsito, enfim, a sociedade está em decadência!
Ao analisar estes fatos, penso ainda mais
sobre o nosso papel social como educadoras, pois somos agentes de mudança,
podemos fornecer a nossos educandos uma vida saudável, baseada na qualidade da
educação, sendo assim, fico estarrecida ao saber que muitos “professores”
contribuem para a evolução da violência, seduzindo sexualmente ou
moralmente seus alunos, através de chantagens e autoritarismo.
Pensamos que nada temos a ver com a
violência, se não roubamos, não batemos, não consumimos drogas, então não somos
violentos. Será mesmo? É claro que não! As palavras mal empregadas nos momentos
errados, o exibicionismo, etnocentrismo, os olhares maliciosos, também são formas de violência.
Em certos momentos encontro-me filosofando: o que está acontecendo com a juventude brasileira?
Conforme pesquisas realizadas pela Secretaria Nacional de Segurança Pública
(2008), é grande a porcentagem de jovem envolvidos em crimes como
assassinatos, estupros, drogas, entre outros. A pesquisa diz que cerca de 40%
dos homicídios dolosos ocorridos em nosso país, são praticados por jovens entre
18 e 24 anos, 11% por adolescentes entre 12 e 17 anos, ou seja, a juventude
corresponde a 51% da criminalidade brasileira, sendo que 36% deste total são
pessoas que fazem parte da classe media alta, conforme a pirâmide social.
É inacreditável que a maioria dos jovens
que praticam crimes, pertencem a classe alta da pirâmide social. Eles "naturalmente" já possuem tanta coisa e ainda
querem mais, sempre correndo atrás de dinheiro e poder, ao serem presos acabam
ganhando regalias, pois podem pagar, e ao saírem, cometem ainda mais crimes, têm a certeza que não serão punidos, o que não ocorre com o pobre. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778),
filósofo e educador escreveu em sua obra “Do Contrato Social” algo para refletirmos:
“Não há liberdade sem igualdade, ninguém
deve ser tão rico que possa comprar alguém, e nem tão pobre que possa vir a
vender-se [...] o homem nasceu livre e por todas as partes encontra-se a
ferros”.(ROUSSEAU, 2003).[1]
Ou seja, o grande responsável pela ruína da
sociedade é o capitalismo que faz dos nossos jovens, zumbis a fim de roubar para
possuir bens materiais, dinheiro, luxo, roupas, sapatos, joias. Não podemos deixar de falar sobre o apoio negativo da mídia que psicologicamente seduz as pessoas para que comprem,
consumam tudo o que ela mostra, e eles entendem que precisam obter tal coisa
nem que para isso tenham que matar, roubar, espancar.
A juventude está sempre ameaçada pelas
ondas do crime, quando saem para danceterias noturnas, acabam envolvendo-se em
brigas, morte, prostituição, além de traficar e consumir drogas, muitos deles para consumi-la roubam de seus pais,
familiares, vizinhos e depois lojas, bancos, vivendo como mendigos, foragidos da justiça, procurados pela polícia como
criminosos e ao serem presos são mortos, estuprados, massacrados ou espancados em presídios.
Para contribuir com a má situação social do
Brasil, agora surgiu outro tipo de violência, a do trânsito. Ao saírem para
curtir a vida, como eles dizem, consomem entorpecente e grande quantidade de álcool,
sem limites entram em seus carros, pegam as estradas, como se estivessem na
Fórmula I, com velocidade altíssima e acidentam-se, perdem a vida, tiram a vida
de pessoas inocentes, deixando para trás uma existência inteira e feridas que jamais
serão curadas naqueles que os amam. Segundo estatísticas, 35 mil pessoas morrem
por ano no país em razão de acidentes de trânsito. Desses, um quinto são jovens
com idade entre 18 e 29 anos.
Há também aquela violência causada por grupos, as chamadas gangues armadas, que para obter poder nas comunidades, aterrorizam a vida de inocentes, trabalhadores, enfim, da comunidade em geral. Muitos jovens para impressionar uma mocinha, para irritar seus pais, entram em gangues e acabam suicidando sua alma. Fídias Teles (2004), diz:
Há também aquela violência causada por grupos, as chamadas gangues armadas, que para obter poder nas comunidades, aterrorizam a vida de inocentes, trabalhadores, enfim, da comunidade em geral. Muitos jovens para impressionar uma mocinha, para irritar seus pais, entram em gangues e acabam suicidando sua alma. Fídias Teles (2004), diz:
“[...] assim os jovens perdem a consciência
critico analítica e o equilíbrio emocional, deixando-se conduzir por qualquer
grupo oportunista e explorador. É assim que o mais supostamente equilibrado dos
homens pode ser induzido a praticar atos dos mais irracionais, excitado por
grupos revolucionários, cujos meios e finalidades não foram questionados por
ele”.(TELES, 2004, p.95).[2]
Nos vem a seguinte pergunta: Qual o
papel da escola e do educador na construção da sociedade? Podemos dizer que as
instituições de educação não cumprem corretamente o seu papel social? Seu
currículo precisa ser revisto?
Educar vai além de ensinar, é preciso
cuidar, alfabetizar, amar!
2.
AGRESSIVIDADE NA JUVENTUDE
O ser humano já é agressivo por natureza, é
o que dizem religiosos, alguns estudiosos e populares, mas será
mesmo? Rousseau nos diz que o homem nasce bom, puro, mas que é a sociedade que
o corrompe. Se pararmos para pensar a história do homem desde a sua
existência até os dias atuais, vivemos em eterna agressividade, pois não
vivemos sozinhos, e sim em comunidades. Concordo com ele, pois nascemos bons,
não há maldade em uma criança, mas no momento em que ela passa a ver o que
acontece na sociedade, ela quer imitar, então a sociedade vai a corrompendo. A
agressividade sempre existiu não tão intensa e deflagrada como agora, mas na idade da pedra
haviam brigas, as guerras ocorreram com a evolução do mundo (sociedade),
agressividade gera agressividade.
É muito comum vermos brigas entre amigos de
escola, de casais, pais e filhos, brigas no trânsito e o mais impressionante é
que mais uma vez o jovem é apontado como o mais agressivo. Bater, espancar,
machucar, muitos acham legal, bonito, isso mostra poder, pobres coitados, isso
só mostra como suas almas são pequenas e como precisam urgentemente de ajuda.
Para Fídias Teles os motivos da
agressividade são:
“A
civilização desenvolveu valores responsáveis pela intensificação da
agressividade, posse, poder, prestígio, competição obsessiva e uma série de
fatores patriarcais e escravocratas [...] a agressividade intensificou-se com a
civilização e seus valores”(TELLES, 2004, p.143).[3]
Ou
seja, mais uma vez a busca por poder mostra o porquê da agressão na juventude.
Mas agora me pergunto: cadê a escola que não possui projetos para intensificar
a conscientização e o desejo de mudança? Uma pergunta que espero estar
respondida dentro do coração de cada educador, que como eu, deseja mudar a
sociedade.
3. CONCLUSÃO
Após meditar, ler, observar, concluo que se
mudarmos a forma de pensarmos, talvez mudaremos a sociedade, mas se juntos
aplicarmos na prática o nosso pensamento, com certeza teremos a mudança. Como
educadora, faço e continuarei fazendo e tenho a certeza de que se não conseguir
sozinha mudar alguma coisa, descansarei em paz, pois posso dizer que pelo menos
eu tentei fazer algo.